Nunca cogitei não amamentar, assim como não fiz planos de quanto tempo ou de que maneira amamentaria. Pensava que era uma coisa tão natural que não precisava planificar, quando ele nascesse eu o colocaria no peito e depois a gente via…
O João mamou pela primeira vez minutos depois de ter nascido, superamos as dificuldades iniciais e ele continuou mamando de forma exclusiva e a livre demanda, até os 6 meses, quando começamos de forma gradual a alimentação complementaria.
Com 8 meses o pequeno comilão já fazia 4 refeições, comia bem, desfrutava das novidades, mamava cada vez menos… Porém, o momento 5 estrelas do dia continuava sendo a “hora da teta”. Essa hora não era só alimento, era consolo, era a canção de ninar, era carinho, era “a mamãe está aqui, e está tudo bem”.
Até que o mundo ao meu redor, começou a achar que o João já estava grandinho para continuar mamando, e começaram as sugestões de porque, como e quando desmamar.
De repente a amamentação passou a ser a “vilã” da história… Não dorme toda a noite, porque ainda mama! Chora quando a mamãe não esta porque ainda mama! É preciso desmama-lo para que você tenha mais independência. Se não desmamar logo vai ser mais difícil depois… e blá-blá-blá.
É contraditório, porque atualmente não há dúvidas de que a amamentação é a melhor forma de alimentar e interagir com o bebê. Todo mundo sabe, é amplamente divulgado, a Organização Mundial da Saúde recomenda: amamentar nos primeiros seis meses de forma exclusiva, e complementada até os dois anos ou mais. E na teoria todo mundo concorda, mas a realidade é outra.
A realidade é que um recém-nascido com uma mamadeira choca menos que uma criança de 2 anos mamando no peito.
A realidade é que na época de nossas mães amamentar estava “fora de moda” e por isso perdemos o apoio da geração que tinha que ensinar-nos a amamentar. E isso faz diferença.
A realidade é que a falta de informação e apoio, levam a muitas mães a abandonarem a lactação… E até entendo… Não é fácil!
O João agora tem quase 11 meses… AINDA MAMA… Já me senti envergonhada e quase “culpada” por continuar amamentando. Já quis desmamar… Mas desisti. Ele é feliz mamando e eu também. Percebi que o melhor é continuar fazendo o que o coração pede.
A verdade é que certos comentários cansam, acordar muitas vezes a noite pra dar de mamar também, o inicio é complicado, a sociedade pressiona… Mas ver a carinha feliz do teu bebê e a mãozinha que te acaricia no momento 5 estrelas do dia… não tem preço.