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Capítulo 3: Como lidar com as birras

Porque a maior parte das birras acontecem no “pior momento”?

Com certeza porque também é o pior momento para a criança. Se você está estressado, teu filho também estará, então existe uma maior chance da birra aparecer, e por razões menos previsíveis.

Isso também explica porque custa tanto, algumas vezes, afrontar uma birra: Porque nesse preciso momento, é justo o que não estamos dispostos a fazer.

Mas existe outra razão: A pressão social.

Uma criança fazendo birra no meio do supermercado, chama atenção. Nem todos os pais, estão dispostos a suportar todos te olhando e (que aos nossos olhos) podem estar pensando: “que mãe com pouca autoridade”, ou “ esse menino tem fome e o pai não se dá conta”, ou “por favor, que se calhe como seja”…

Está claro que, na realidade, o que acontece é que nos enfrentamos as contradições dos nossos próprios instintos e o que nos inculcaram desde pequenos sobre choro, a boa educação, as emoções e a autoridade.

Devemos entender, que diante da overdose de adrenalina e outros hormônios, o que o pequeno espera encontrar é acima de tudo: segurança e amor incondicional.

Portanto, tentemos manter a serenidade e pensar que a birra é tão espontânea como a fome, que não é uma tentativa de manipulação. Simplesmente eles se expressam.

E se devemos escolher entre “os espectadores” da birra que exigem uma resposta ou teu filho que necessita outra.

Qual você escolhe?

DICAS PRÁTICAS:

1. Compreender que a criança não pretende só provocar os pais e que a “birra” não é uma forma de rebeldia e desobediência. (ver capítulo 2)

2. Escolher as batalhas:
Antes de comprar uma briga, o melhor é perguntar-nos se realmente o que a criança está pedindo é completamente irrealizável.
Se não é perigoso ou nocivo, porque não ceder e evitar um conflito?
Ser totalmente inflexível com os pequenos nos leva a uma relação muito conflituosa. Em outras palavras a Letícia complementou: “Uma dica boa é pensar bem antes de dizer não porque é pior ceder à chantagem. Aquilo que ele está fazendo não pode ou você não quer que ele faça naquele momento. Se é naquele momento, reveja sua decisão antes de pronuncia-la, vai poupar alguns chiliques e não significa que você esteja sendo mole.”

3. Tentar manter a calma. (pelo menos tentar, já que sabemos que ninguém é perfeito)
Se os pais conseguem manter a calma em situações estressantes, os filhos aprendem o mesmo. Não esqueça que eles sempre nos observam e copiam comportamentos, atos e vocabulários. (Children see, children do).

4. Não gritar
Não é o volume, e sim o tom da voz que faz que os pequenos entendam o que queremos dizer. Busca um tom firme e uma cara séria. (Não vale rir, porque perde o efeito-Rever item 2)

5. Nunca bata no teu filho.
Mesmo, se algumas vezes a tentação for grande, lembre-se que você é o adulto da situação. Mantenha a calma. Existem melhores maneiras de fazer com que eles entendam a mensagem.

6. Não trate teu filho como se fosse um adulto.
Se a criança começa a jogar o macarrão no chão, não adianta explicar durante 10 minutos o porque que não deve jogar comida no chão. Simplesmente tire o prato com calma e diga que isso não se faz. Ele entenderá melhor a mensagem.

7. Tenta observar o pequeno colocando-se a sua altura, sem falar nada e esperando com paciência que passe.

8. Evitar que se machuque ou que machuque alguém.
Em outras palavras: Desviar dos tapas sempre (by Mari).

9. Corrigir a conduta.
É importante sempre dizer que determinada conduta não é boa e nunca dizer que eles não são bons.

10. Atuar rápido.
Se demora para transmitir tua mensagem, 3 minutos depois o teu filho já não se lembra o porque da bronca.

11. Muda a estratégia.
O que funcionou quando teu bebê tinha 15 meses, talvez já não seja tão efetivo quando ele faça 2 anos. A Letícia deu a dica: Mudar o foco do conflito e além de paciência, ter criatividade para ajudar a mudar o foco mais rapidamente.

12. Dá um tempo
Para as “birras” mais terríveis e quando as alternativas acima não surtiram efeito, uma opção é se afastar durante poucos minutos e esperar.

13. Quando você perceber que ele começa a se acalmar, dizer baixinho palavras para que ele se dê conta que você o entende. (você ficou bravo, né?… é porque você queria tal coisa… )

14. Quando você perceber que ele baixou a guarda, ofereça um abraço (o necessitareis os dois).
É importante terminar uma discussão de disciplina com um comentário positivo, e amoroso, isso demonstra que você é capaz de esquecer, perdoar e olhar pra frente em vez de ficar ressentida.

15. Propor uma alternativa
Depois da catarse, eles necessitam agarrar-se em algum êxito. E no dia a dia, oferecer (quando possível) duas opções é uma boa forma que eles se sintam com poder de decisão.16. E se alguma vez, perder a calma, falar pra si mesmo:
“Está tudo bem, não sou a primiera mãe (ou pai) que perde as estribeiras com uma birra”.

E tentar fazer diferente a próxima vez…

CAPÍTULO 2: Entendendo o processo.

Referencias para este post:Miquel Àngel Alabart (psicopedagogo e editor da revista Viure en família).
Link 1 e 2
Ari Brown, M.D. y Denise Fields. Livro Toddler 411: Clear Answers & Smart Advice for Your Toddler

Rosa Jové, com o texto: Quiereme cuando menos lo merezca por que es cuando mas lo necesito. Link
Forum: Crianza natural
e Dr. Carlos González

Sentimental

A mãe tirava a roupa da maquina de lavar, o super papa via televisão e o João estava no cadeirão assistindo desenho.

De repente se escuta um choro desconsolado… pai e mãe correm para saber o que tinha acontecido.

Cabeça de mãe, mais rápida que a velocidade do vento, já imagina toda a cena: ele.querendo.sair.do.cadeirão.sobe.na.mesa.caí.e.bate.a.cabeça.e… sorte que o curto trajeto até ele não dá tempo de dramatizar mais.

Ele continuava sentado no mesmo lugar, se debulhando em lágrimas.

– Que foi, filho? – pergunta a mãe, já com voz chorosa e sem entender nada.

Ele aponta pra telinha do computador, e ali estava o motivo do chororô.

Era a foca, a amiga do Pingu, que tinha enganchado a mãozinha e estava chorando, muito triste.

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Ai filho…. você cada dia se parece mais comigo.

Sono

Faz tempo eu queria falar do sono (ou a falta de) aqui no blog.
Primeiro porque dormir é fundamental, né? E também porque esse assunto foi (ainda será?) uma das minhas principais preocupações como mãe, e o que me fez duvidar muitas vezes se eu estava indo pelo caminho certo.

Agora que as noites estão mais estáveis, me sinto mais segura de falar sobre isso, mas já passamos por diversas fases de sono:

Como o João sempre mamou a livre demanda, nunca acordei ele pra amamentar, e durante os primeiros meses, ele tinha uma rotina mais ou menos determinada, dormia as 20:30, acordava umas ou duas vezes, mamava e dormia em seguida, até as 08:30 do dia seguinte. Estava orgulhosa de ter um filho que dormia bem e tinha certeza que se ele já dormia assim de pequenininho, quando ele fizesse 6 meses dormiria a noite inteirinha.

A gente tinha uma rotina legal, de Shantala, musiquinha, banho com papai, mamar e dormir…

Mas a medida que ele foi crescendo, foi ficando mais difícil seguir a rotina, ele já não queria massagem, o banho relaxante, virou momento bagunça, o único que continuava igual era que ele mamava e dormia.

Com 6 meses, introdução de sólidos, chegada dos dentinhos, mudança de casa, stress de mudança, férias, viagem, a não-rotina e vi o sonho de ter um bebê que dorme toda a noite esfumaçar-se. Ao invés de acordar cada vez menos, ele acordava cada vez mais…
E com 9 meses o João acordava quase a cada hora para mamar.

As noites mal dormidas, o cansaço, as opiniões alheias, e a impotência de não saber o que fazer… Tudo isso junto, me fazia duvidar, de que realmente eu estava fazendo a coisa certa. Era desesperador… mas quando eu chegava a esses picos de stress e cansaço, milagrosamente as coisas começavam a melhorar… Ainda não eram noites inteiras, mas já podia dormir 5 horas seguidas, as vezes 6, então já dava pra descansar um pouco e ter esperança de que tudo isso ia passar.

Com 1 ano, fomos de férias pro Brasil, as noites ali não eram assim tão maravilhosas, mas ele dormia na cama comigo e na maioria das vezes eu não sabia dizer, se ele tinha acordado ou quantas vezes.

A volta das férias, foi um pouco mais complicado… O banzo da chegada, voltar a dormir no quarto dele, acordar muitas vezes durante a noite e ver que outra vez a coisa piorava… Era desanimador!

Foi quando cedi a vontade do S.P. e tentamos ensinar o João dormir no berço, segundo o método Estivil, (Nana-nenê) foram 3 looooooongas noites de muito choro, ele chorava no berço e eu chorava na sala… Quando parecia que ele ia aprendendo e cada vez chorava menos, chegou um resfriado, febre, e claro, noites piores. Então desistimos do “treinamento”!
E eu me senti muito mais aliviada, porque sentia que quando deixávamos ele chorar de noite, ele me cobrava mais durante o dia, estava muito mais “carente” e exigindo atenção constante. Era cansativo levantar de noite para amamentar, mas muito pior era acordar e escutar o choro angustiado do filhote, querendo colo, durante minutos que pareciam infinito e ficar de braços cruzados. Me martelava a promessa que eu tinha feito de estar ao lado dele, de dia e de noite, pro que der e vier, hoje e sempre. Definitivamente “aplicar o método” não combinava com a ideia que eu tinha de “maternar” o meu pequeno.

Demos outra oportunidade ao curso natural das coisas…

Amamentava para dormir, colocava ele no berço, quando ele acordava vinha pra cama comigo… Esperamos curar o resfriado, e chegou a catapora, esperamos curar a catapora, e ele começou a dormir melhor e acordava cada vez menos.
Então comecei o desmame noturno, coloquei um colchãozinho no chão ao lado do berço e quando ele acordava, lá pras 4 da manhã, eu me deitava com ele no colchãozinho e a principio ele chorava um pouco e “exigia” mamar… mas logo só se enroscava comigo e voltava a dormir.
E assim… as noites foram melhorando cada vez mais, sinto que ele estava preparado para o desmame noturno, e eu também.

Já faz quase um mês que o filhote dorme bem, geralmente acorda as 6 ou 7 da manhã, então vem pra cama dos papais e dorme um pouquinho mais.
Sei que noites melhores virão… e piores também. Mas quase não me lembro mais do desespero que era quando ele acordava toda hora.

Já passou!

Ilustração Noemi Villamuza (Libro de Nanas)
Essa ilustração foi um presentinho de la madrina do João, já faz uns meses, quando a gente praticamete não dormia, pra nos desejar “felices -y profundos- sueños”.

Calundu

Segundo o Aurélio, a palavra: Calundu, tem origem africana e vem da palavra kilundu, que é um ente sobrenatural que dirige os destinos humanos entrando no corpo de uma pessoa, a torna triste, nostálgica, mal-humorada.

O João, algumas vezes, quando contrariado, se joga (cuidadosamente pra não se machucar), deita com a cabeça no chão e começa a chorar…

Mas depois deste pequeno “calundu” lá na fazenda, 10 segundos deitado com a cabeça na terra… ele aprendeu que não é em qualquer lugar que se pode fazer birra.

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A Rebelião do João

Depois de uma semana sem ir a escolinha por causa de um viruszinho chato que derrubou o campeão e uma semana de readaptação a “vida escolar”, (JUSTO nos dias que o papai esta viajando) o pequeno astronauta, em plena pré-adolescência, decidiu:

– Que faz parte da rotina escolar chorar na entrada e na saída.

– Que definitivamente não gosta da escolinha, então das 3 horas que tem que ficar longe da mamãe ele dorme 2, assim passa mais rápido.

– Que ama o colo da mamãe, mais que tudo nesse mundo.

– Que não suporta babador e se recusa a comer com esse troço de pano no pescoço.

– Que enjoou de comer comida salgada, e que se a mamãe insistir ele faz brrrrrrrrrr com a boca cheia, fazendo voar comida pra todos os lados, para a alegria da “Preta” e o desespero da mamãe.

– Que detesta trocar a fralda e quem insistir recebe gritos e choros de protesto.

– Que já não faz a soneca da tarde… a partir das 7 já esta tão cansado que nada o consola, então dorme cedinho e de noite acorda chorando a cada 3 horas, pra comprovar se tem alguém por perto… E as 6:30 da manha PIM, já esta acordado e cheio de energia para mais um looooongo dia para o pequeno rebelde e a mamãe a beira de um ataque de nervos.

As vezes dá pra levar com bom humor, as vezes não, mas mantenho a calma… Nas vezes que o João consegue tirar a mamãe do sério, me seguro pra não gritar também, junto com ele, só que mais alto… quando chega a este ponto algumas vezes consigo respirar fundo e contar até cem… outras não então é difícil conter as lagrimas…

Porque chora o João?

A primeira forma de comunicação do bebê com o mundo é o choro.
E tenho que dizer que o João é um comunicador nato.
Já tem umas duas semanas que quando vai chegando a noitinha lá vem o João com discurso dele.
Não é fome, nem sede, nem tá frio, nem calor, não tem a fralda molhada, nem suja, não falta carinho, nem colo….

Então… por que chora o João?
Os primeiros episódios de choro foram duríssimos, não sabia o que ele tinha, nem o que fazer, me sentia impotente e tinha vontade de chorar também … até que alguém falou que podia ser cólica do lactente.
*cólica do latente = choro súbito, inexplicado e inconsolável.

Essa descoberta trouxe serias conseqüências para minha alimentação, tive que trocar minha adorada coca-cola, por chazinho de camomila, leite de vaca por leite de aveia, pouco açúcar, pouco sal, evitar chocolates e mais uma lista de coisas….
E mesmo com a alimentação mais “saudável impossível”, chegava fim de tarde e o João botava a boca no trombone.

Então… por que chora o João?
Talvez por estar cansado, ou para descarregar tensões, pode ter sono e nao conseguir dormir, pode ter gases e doí a barriguinha…

Ou simplesmente porque tem muitas coisas pra contar…

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