Daí que fui convidada pra participar de um grupo de mães internacionais, a ideia veio da Daniela do blog mamães na Itália, e tem como objetivo reunir as mamães que moram fora do Brasil e trocar experiencias sobre as diferenças culturais do país em que vivemos em relação ao Brasil.
Achei super bacana a ideia, porque sempre tive pendente escrever sobre a diferença de ser mãe longe de “casa” e estou adorando participar. Então, se der certo, cada mês faremos uma blogagem coletiva sobre os assuntos relativos a maternidade no país em que vivemos.
Esse primeiro post é sobre o sistema de saúde durante o pré-natal e como estou enrolada esses dias com todas essas obrigações das férias (descansar, dormir bem, comer bem, desfrutar da família, aproveitar o sol…) esse post será baseado somente na minha experiência que não sei até que ponto reflexa o sistema de saúde durante o pré-natal na Espanha. Mas dá pra ter uma ideia e prometo que no próxima capricho mais. ok?
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Na Espanha como em outros lugares do mundo, existe um item que define de alguma forma o tipo de atendimento pré-natal que uma mulher gravida pode ter, que é:
ter ou não um plano de saúde.
No meu caso, sem plano de saúde as eleições da minha parte seriam poucas, eu tinha que me adaptar ao sistema sem a opção de escolher médicos, quantidade de ultrassons, hospital/maternidade, tipo de parto…etc, etc e etc.
Minha primeira visita de acompanhamento da gravidez, foi com uma “comadrona” (parteira), ao redor da semana 8, a verdade é que foi meio surreal já que eu ainda não tinha caído a ficha de que realmente estava esperando um bebê. Ela me deu um livrinho de acompanhamento, me pesou, receitou acido fólico, passou uma bateria de exames e marcou a primeira ultrassom e a segunda visita para dentro de 1 mês e meio.
Me lembro de sair da consulta nervosa e angustiada, eu ainda não tinha feito nenhum exame de sangue pra confirmar o positivo desses exames de farmácia, e não me imaginava tendo que esperar mais de 45 dias sem essa “confirmação”.
Foram longos 45 dias, que nem sei bem como aguentei… Cheguei a desconfiar da gravidez, mesmo estando a flor da pele, mesmo com todos os enjoos matinais, mesmo sabendo no fundo no fundo que ele estava aí. Até chegar o dia da primeira ultra (ao redor da semana 14)… e a partir daí tudo mudou.
Foi maravilhoso sentir-me realmente gravida, ver aquele titico de gente e escutar o seu pequeno e ritmado coração foi a primeira grande emoção que a maternidade me proporcionava.
Explicando de maneira bem resumida, no sistema publico na Espanha, quase todo o acompanhamento da gravidez é feito pela comadrona, ela é que passa os exames, as ultras te pesa, briga com você se você engordou mais da conta, te da dicas e tira as dúvidas.
Os trimestres são bem marcados, a cada trimestre são feitos os exames de sangue e urina e uma ultrassom, as visitas vão aumentando a medida que avança a gravidez, no primeiro trimestre eu tive somente uma visita com a comadrona.
( os resultados dos primeiros exames + os dados da ultrassom te dá um percentual de risco de algumas enfermidades ou anomalias que o bebê possa ter. Somente no caso desse percentual ser alto, é que é feito também a prova da amniocentese.)
No 2º trimestre tive a primeira visita com o ginecologista e mais duas com a comadrona, que no total seria mais ou menos uma ao mês, (Tanto a comadrona quanto o ginecologista que te acompanha durante a gravidez, não serão os mesmos que te acompanharão no parto) também é feito todo tipo de exames e a ultrassom morfológica e a descoberta do sexo do bebê.
No final do 2º trimestre, a demora entre uma visita e outra me deixava ansiosa. Gravida de primeira viagem, sempre batia a vontade de querer saber se o bebê está bem todo dia. E foi quando resolvi buscar um curso pré-parto particular, um lugar pra tirar dúvidas, pra falar de sintomas e aprender mais sobre o universo da gravidez e parto.
No 3º trimestre as visitas são mais frequentes, refiz todos os exames e a 3ª e ultima ultrassom, tive uma segunda visita com o ginecologista, e outras mais com a comadrona. Me deram data pra conhecer a maternidade que estava assignada para eu parir. Nessa altura do campeonato eu estava super envolvida com tudo que tinha aprendido sobre parto natural, tinha ideia de fazer um plano de parto, mas no dia da visita ao hospital me informaram que eu não poderia entrar no plano de parto natural hospitalário por ser gravida de risco médio.
(Tive uma gravidez sem nenhum problema, todos os exames ok, o bebê estava perfeito. A única coisa que me colocava como risco médio, era que eu tinha fator rh negativo e o meu marido positivo).
Foi quando decidimos pelo parto domiciliar, mas continuei com o acompanhamento da gravidez normalmente como se fosse parir na maternidade publica.
A partir da semana 36, as visitas eram semanais, uma com o ginecologista e outra com a comadrona, alternados… O João nasceu exatamente na data prevista, em um lindo parto domiciliar… mas isso já é assunto para outro post.
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Não deixe de ler a experiência de outras mães em outros países:
Nivea na Irlanda
Cintia na Suécia
Daphne na Italia
Daniela na Italia
Roberta de Monaco
Carol em Londres
Aproveito pra convidar outras mamães que moram fora do Brasil pra se juntar a nós (Alô Liza, Lu, Pati, Maricotinha, Dé…) quem tiver afim me manda um e-mail tá?