A gente tinha uma rotina legal, de Shantala, musiquinha, banho com papai, mamar e dormir…
Mas a medida que ele foi crescendo, foi ficando mais difícil seguir a rotina, ele já não queria massagem, o banho relaxante, virou momento bagunça, o único que continuava igual era que ele mamava e dormia.
Com 6 meses, introdução de sólidos, chegada dos dentinhos, mudança de casa, stress de mudança, férias, viagem, a não-rotina e vi o sonho de ter um bebê que dorme toda a noite esfumaçar-se. Ao invés de acordar cada vez menos, ele acordava cada vez mais…
E com 9 meses o João acordava quase a cada hora para mamar.
As noites mal dormidas, o cansaço, as opiniões alheias, e a impotência de não saber o que fazer… Tudo isso junto, me fazia duvidar, de que realmente eu estava fazendo a coisa certa. Era desesperador… mas quando eu chegava a esses picos de stress e cansaço, milagrosamente as coisas começavam a melhorar… Ainda não eram noites inteiras, mas já podia dormir 5 horas seguidas, as vezes 6, então já dava pra descansar um pouco e ter esperança de que tudo isso ia passar.
Com 1 ano, fomos de férias pro Brasil, as noites ali não eram assim tão maravilhosas, mas ele dormia na cama comigo e na maioria das vezes eu não sabia dizer, se ele tinha acordado ou quantas vezes.
A volta das férias, foi um pouco mais complicado… O banzo da chegada, voltar a dormir no quarto dele, acordar muitas vezes durante a noite e ver que outra vez a coisa piorava… Era desanimador!
Foi quando cedi a vontade do S.P. e tentamos ensinar o João dormir no berço, segundo o método Estivil, (Nana-nenê) foram 3 looooooongas noites de muito choro, ele chorava no berço e eu chorava na sala… Quando parecia que ele ia aprendendo e cada vez chorava menos, chegou um resfriado, febre, e claro, noites piores. Então desistimos do “treinamento”!
E eu me senti muito mais aliviada, porque sentia que quando deixávamos ele chorar de noite, ele me cobrava mais durante o dia, estava muito mais “carente” e exigindo atenção constante. Era cansativo levantar de noite para amamentar, mas muito pior era acordar e escutar o choro angustiado do filhote, querendo colo, durante minutos que pareciam infinito e ficar de braços cruzados. Me martelava a promessa que eu tinha feito de estar ao lado dele, de dia e de noite, pro que der e vier, hoje e sempre. Definitivamente “aplicar o método” não combinava com a ideia que eu tinha de “maternar” o meu pequeno.
Demos outra oportunidade ao curso natural das coisas…
Amamentava para dormir, colocava ele no berço, quando ele acordava vinha pra cama comigo… Esperamos curar o resfriado, e chegou a catapora, esperamos curar a catapora, e ele começou a dormir melhor e acordava cada vez menos.
Então comecei o desmame noturno, coloquei um colchãozinho no chão ao lado do berço e quando ele acordava, lá pras 4 da manhã, eu me deitava com ele no colchãozinho e a principio ele chorava um pouco e “exigia” mamar… mas logo só se enroscava comigo e voltava a dormir.
E assim… as noites foram melhorando cada vez mais, sinto que ele estava preparado para o desmame noturno, e eu também.
Já faz quase um mês que o filhote dorme bem, geralmente acorda as 6 ou 7 da manhã, então vem pra cama dos papais e dorme um pouquinho mais.
Sei que noites melhores virão… e piores também. Mas quase não me lembro mais do desespero que era quando ele acordava toda hora.
Já passou!
Ilustração Noemi Villamuza (Libro de Nanas)
Essa ilustração foi um presentinho de la madrina do João, já faz uns meses, quando a gente praticamete não dormia, pra nos desejar “felices -y profundos- sueños”.