das coisas que um filho ensina – Dia 6

Eu era uma pessoa altamente identificada com comida pré-fabricada, industrializada, congelada, preparada e enlatada. Consumía diariamente toneladas de conservantes, corantes, ácidos fumáricos, acidulantes, E-150d, E338, cafeína, E168, E980, etc, etc, etc… sem nem saber da existencia desses.

Daí que fiquei gravida, e eu que sempre fui magrinha, passei a ter um apetite de leoa, juntando o apetite com o fato de que deixei de fumar quando fiquei gravida (e todo mundo sabe que deixar de fumar e ficar gravida são duas coisas altamente engordativas) engordei mais de 20 quilos.

O lado bom de tudo isso, é que por uma estranha razão, fiquei enjoada da maioria das coisas que antes eu consumia sem nenhum tipo de culpa, (o cigarro por exemplo. Thanks God!) e passei a me alimentar melhor porque o corpo pedia comidas mais leves,  com menos gordura (só que em quantidade exagerada), menos açúcar (abre parêntesis para a coca-cola que não deixei de consumir) e mesmo sem a consciência que eu tenho hoje sobre alimentação, foi durante a gravidez que eu comecei o meu processo de me alimentar melhor.

Quando o João nasceu, uma amiga especialista em alimentação energética, nos presenteou com vir a casa cozinhar durante uns dias, com dicas valiosas de alimentos e maneiras de cozinhar, reforçou a alimentação que favorecia a amamentação e fez comidinhas tão deliciosamente saudáveis que foi impossível não me render aos encantos dessa nova forma de me alimentar.

Até que o pequeno completou 6 meses e foi a hora de começar a introduzir sólidos, a partir daí aprendi a ter sempre fruta em casa, a escolher as melhores verduras,  foi quando a geladeira deixou de ser de casa de solteiro pra ser uma geladeira digna de uma família, aprendi a desfrutar de cozinhar, (ok! nunca consegui desfrutar da obrigação de ter que cozinhar todo dia, mas pra quem sempre teve uma preguiça gigantesca pra cozinha, é um super orgulho todas as coisas que sei fazer hoje, principalmente as que faço com enorme prazer).

De lá pra cá, passamos várias fases de alimentação familiar, com a correria do dia a dia, acabo não tendo mais tanto tempo pra me dedicar a cozinha, mas se comparo com minha alimentação de antes, vejo um aprendizado abismal…

O pequeno não é um grande comedor, mas come com prazer frutas e verduras, que normalmente vamos comprar juntos, deixo ele escolher o que quer comprar, vou explicando o nome das verduras (em português, catalão e espanhol, afe!) que com essa a gente pode fazer uma sopa, com aquela um puré e em casa estamos em uma nova fase de descoberta na cozinha, fase em que o filhote adora me ajudar a cozinhar, e lava os alimentos, e pega a panela, coloca o azeite, coloca o sal, experimenta, faz cara de chef e diz que falta mais um pouquinho… só um pouquinho, coloca um tiquinho de nada, mexe, experimenta de novo e faz hummmmmmm e assim ele desfruta de comer a comida “feita por ele” e eu re-aprendo a importância de uma alimentação mais saudável, as vezes com pequenos deslizes e quase sempre feita com muito amor.

Queria agradecer a Anne pelo (lindo!) post : experiências do peito que foi muito inspirador para fazer essa série e em especial para me dar conta quanto aprendi com o João primeiro amamentando e depois cozinhando pra ele (e agora com ele) da importância de comer bem.

13 Comments

  1. Acho que aprender a alimentar-se melehor é um dos grandes aprendizados que os filhos nos trazem. Cozinhar também.

    Eu me lembro que antes da Ísis era total fã de congelados e comidas prontas… durante a gravidez enjoei de tudo e só conseguia comer alimentos bem saudáveis, nada gordurosos, sem doces e em poucas quantidades (mas mais vezes).

    Na licença gestante virei fã de programas da GNT, entre eles os de culinária e passei a fazer almoços deliciosos com base nas dicas do Jamie Oliver.

    E agora viro as voltas com blogs de culinária (junto com os de decoração e de mães) e me arriscando cada vez mais na cozinha, hehehe

    Beijos,
    Nine

  2. Concordo 100%!

    Aqui em casa, a Clara tem alergia a varias coisas, e isso trouxe uma transformação enorme pra nossa vida.
    Aprendi com ela e para ela, a olhar os rótulos, a cuidar da nossa alimentação.

    e é um aprendizado pra vida toda (espero!)

    to adorando a série!

    eles ensinam diariamente, só precisamos estar atentos…

    beijo gde

  3. ô bonita… que amor!
    obrigada vc ppor dividir com a gente é impressionante mesmo como eu consigo achar semelhanças!
    esse post eu podia copiar e colar lá no super – igualzinho!
    fumante, grávida, 24kg a mais, não parei com a coca 9só qdo ele nasceu, pq tinha aflição de coca cola no leite) hehehehe
    nossa capacidade de transformação perante um filhinho é impressionante!

    e continuemos aprendendo!
    bjo bjo

  4. Lia

    Impressionante como esses pequenos nos fazem bem! Um vício muito melhor que cigarro! 😉

  5. Como aprendemos com nossos pequenos. A cada dia uma nova descoberta, uma nova emoção.
    Um amor e felicidade sem fim…
    Beijos.

  6. Fla, to adorando os posts dessa série sobre o que o Astronauta tem ensinado pra vc. Sempre me emociono com tudo o que leio aqui, por ver o quanto vcs tem construido uma relacao de amor e crescimento mutuo. Também por me identificar com tudo o que vc passa, já nossos pequenos tem quase a mesma idade. Obrigada por nos presentear com experiencias tao lindas e inspiradoras e textos tao cheios de amor.
    Beijos querida!

  7. Muito bom! Eu também era desregrada, adorava um industrializado e não cozinhava nada, só comia fora. Só não fumava (sou asmática) nem bebia muito refrigerante, mas vivia na balada e nos bares da vida, bebendo até altas horas. Engravidei e mudei, aprendi a colocar salada no prato e, na hora em que a ciça passou a comer, a ficha caiu mais ainda: ela precisava de bons exemplos. Cortei a Coca do marido e nunca mais tivemos bagaceiras na geladeira.
    Graças a Ciça, Clarice já encontrou uma família bem alimentada e nutrida.
    Beijos

  8. Bia

    Fla, amei a série, ri das calças do João, dancei junto e me emocionei contigo… amei mesmo! não deixa o bloguinho não, não desanima, isso aqui é o máximo!
    Me identifiquei horrores com este post, sabe que sou nutri, mas mesmo tendo estudado tudo sobre alimentação só mudei meus hábitos mesmo depois de Arthur… É impressionante o quanto eles sao capazes de nos abrir os olhos 🙂 deve ser muito legal cozinhar com o João, quem sabe eu aprendo a gostar de cozinhar assim tb?
    ah, quanto aos 3 idiomas, tenho uma curiosidade monstra em saber como criar um ser bi (ou tri, no seu caso) língue… você podia fazer um post sobre isso uma hora dessas né?
    beijos!!!

  9. Bel

    Aqui em casa foi a mesma coisa. Abolimos os doritos e outras porcarias sempre presentes quando a Diana chegou lá pelos 9 meses e começou a querer comer o que nós queríamos. E na nossa casa não falta fruta nem verdura nunca.

  10. eu tb morri de nojo de cigarro na gravidez. e tb parei de fumar e engordei.
    desde a gravidez estou comendo super bem e pretendo seguir assim qdo a pequena começar a comer…
    costumo brincar quando pego uma fruta ou verdura dizendo que alice vai comer aquilo, que de alguma maneira vai para o leite!

    bj

  11. E eu amei essa série todinha. Nós também mudamos muito os nossos hábitos alimentares depois da chegada do André e a geladeira de solteiro, cheia de cerveja, sorvete e comidas congeladas, passou a ter frutas, verduras, legumes!! Uma hora a gente tem que crescer, né? que seja pro bem!
    Tb Não consigo abandonar a coca-cola. Abandonei temporariamente porque fiz uma promessa, mas sou viciadinha. rs!
    beijos, querida

  12. Oi Flávia, adoro esse tema! Também aprendi muito sobre alimentação depois da Laura. Na gravidez até enjoei de doces… eu que sempre fui uma formiga. Fiquei bem mais moderada e aprendi a cozinhar (pelo menos um pouquinho)…

  13. Jussara

    Eu sempre tive uma alimentação razoavelmente equilibrada, sou conhecida por comer bem, no sentido de comer saudável. Será que quando ficar grávida vai acontecer o inverso comigo? Sentir vontade de comer porcarias? rs
    Não que eu não goste de uma junk food, mas não sou de comer sempre, até pq, logo meu organismo sente falta e reclama. Se tenho que comer um sanduíche no almoço, por exemplo, fico super de mau humor, pq é uma refeição onde eu preciso comer bem.
    Uma curiosidade: minha mãe enjoou de carne vermelha e de café qdo estava grávida de mim, e são duas coisas das quais não sou fã. A carne eu parei de comer com 15 anos (ela diz que por ela eu nunca teria comido, mas meu pai insistiu), e café eu tomo muito de vez em quando, pq ataca meu fígado e eu nunca curti mesmo (gosto mais do cheiro que do gosto); mas gosto de capuccino, até pq tem bem pouco café.

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